O Corinthians precisa aprender a olhar para frente
Antes de mais nada esse não é um texto com a pretensão de tentar prever o futuro e muito menos julgar quem é a favor ou contra uma possível vinda do Romero. Utilizo aqui o Romero por ser o mais recente cogitado dentro de possíveis voltas.
Até por quê se eu julgasse estaria sendo hipócrita, uma vez que fui completamente a favor da volta do Renato Augusto por ter certeza absoluta de que agregaria. Essa mesma certeza (em níveis diferentes) quem é a favor da vinda do Romero também tem. Ouso dizer que a, sempre querida e símbolo da Fiel Torcida, Dona Wanda e Gui Morais (os dois maiores fãs do paraguaio que eu conheço) têm uma certeza ainda maior.
A intenção é criticar a dificuldade do Corinthians em olhar para frente e saber que mesmo assim é possível ter gratidão pelo passado. A impressão que dá com a volta do Balbuena e uma possível volta do Romero é que o clube planeja 2023 sem ter conseguido sair de 2017 ainda. Seis anos após e tendo outras experiências em mais clubes nenhum jogador é o mesmo de antes.
Balbuena inclusive é um exemplo claro disso e aqui eu poderia citar também o Maycon, mas a lesão em seu caminho nessa volta o faz ter mais crédito. Mas o zagueiro está numa maré ruim desde a volta, oscilando para cima poucas vezes nessa passagem. Talvez seja consenso que no momento a zaga titular é Gil, que salvou o paraguaio algumas vezes, e Robert Renan, cria do sagrado Terrão e que se mostra cada vez promissor e merecedor. Assim como falei, pode ser só uma fase, mas também pode indicar uma queda técnica que é natural ao passar do tempo (que seja a primeira suposição).
Em um passado recente o clube tentou apostar mais em jovens, jogadores mapeados por analistas e que se revelam ser promissores, Araos é um exemplo que não deu tão certo, Bruno Mendez (em sua primeira passagem) também não. Isso pouco depois de uma última passagem de Emerson Sheik, por gratidão, e pouco antes de um fim de carreira do meia Danilo. Para o Corinthians não há um meio termo entre pagar R$ 500 mil para um ídolo encerrando a carreira ou investir milhões em uma promessa da América do Sul. Se fosse escolher um dos extremos, inclusive, eu escolheria no que tem potencial de retorno financeiro além do técnico.
A volta do Romero não seria um desastre total logo de cara porque as condições dessa vinda é boa e o salário cogitado pra ele não é algo surreal, é até menor do que o salário na cotação do dólar que ele ganhava em sua primeira passagem. É um jogador brigador e até pouco tempo dono da artilharia da Neo Química Arena. Mas é preciso conseguir encerrar ciclos para que novos sejam iniciados e encerrados também.
No momento, ao que me parece, o Corinthians precisa aprender a olhar para frente e caminhar, sem antes dar aquela olhada saudosista que faça com que o clube volte e resgate alguém que já ficou para trás. É preciso querer mais o horizonte do que a falsa sensação de uma boa lembrança.