Sobre Arthur Elias e gratidão
Texto: Bruno Cassiano
Por mais que sejam espetaculares, não quero falar de números nesse texto. O futebol vai muito além dos números, pra um lugar que não há ciência que consiga explicar com exatidão. Assim como Arthur Elias.
Esse é um texto que qualquer corinthiano não deseja ler ou escrever. Que qualquer corinthiano jamais imaginou que existiria ou que evitava ao máximo pensar na possibilidade de sua existência. Mas também não é sobre despedidas.
É sobre gratidão.
Gratidão não só pelos títulos, pelos quase mil gols, pelos muitos momentos dentro e fora de campo, mas também pelo orgulho de pertencer e causar orgulho a quem pertence. Muitos chegaram e muitos se foram ao longo dos mais de 100 anos de clubes, mas são poucos os que, assim como Arthur, entenderam o que significa ser e estar no Corinthians. Poucos foram tão dispostos a defender o time seja por 3 pontos ou seja pelo legado institucional quando até mesmo a própria institucional pareceu não se importar tanto…
Mas falando de campo. Não há Corinthians que tenha encatado tanto quanto o feminino ao longo dessa jornada que se iniciou em 2016. Não falo por comparação, falo por constatação. Isso passa por um planejamento inteligente, pela formação de um grupo e sua mentalidade, pela tática e aplicação de ideias em treinos e jogos. Arthur fez parte de cada etapa, é responsável direto pelo melhor time do continente, com muita sobra, e um dos melhores do mundo, sem exagero algum.
Causou espanto, aprontou ‘maluquices’, sorriu, gritou, chorou… Chorou muito! Mas ainda bem que na maioria das vezes foram lágrimas de alegria, fez por merecer. E a torcida chorou junto. Gritou junto. Xingou junto. As vezes sequer entendeu o plano, mas sabia que o plano existia… Ele sempre teve um plano. E no fim o que fica é isso, as coisas feitas em campo em sintonia com a torcida, como mais um nos mais de 33 mi de torcedores, e os torcedores sendo mais um dentre as 11 em campo e sua comissão técnica.
Que a jornada agora em verde e amarelo seja tão bela quanto foi em preto e branco. E que mais gente possa sorrir e chorar com você, professor. Para além dos números digo que será estranho olhar para a area técnica do Corinthians e não vê-lo incentivando o time para ir a frente, mesmo placar já sendo nosso. Vai ser ainda mais estranho não ver mais o boné queimado pelo sol, surrado pelo tempo, mas ainda orgulhoso ao ostentar o escudo do maior clube do mundo.
Fisicamente Arthur sai do Corinthians, segue o seu caminho. Mas sempre será ligado ao clube… Conquistou um lugar entre os maiores e melhores que no Timão puderam estar! Ele merece… Merece muito…
Foi bom gostar ainda mais de futebol e se encantar ainda mais pelo Corinthians por sua causa. Gratidão, Rei!